Separadores

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pensamento - nada 51: Órgãos de Comunicação social - O bastião da soberania popular ou o polícia corrupto?

“Desde que o Homem inventou a escrita surgiu a necessidade de a reproduzir para transmitir ou guardar. O insuficientenúmero de cópias feitas à mão gerou ao longo de séculos a procura de uma invenção que satisfizesse essa necessidade. O progresso conseguido pelo aparecimento da Imprensa de caracteres móveis no século XV permitiu a fixação e adivulgação do saber humano, utilizando processos cada vez mais sofisticados, aliados, por exemplo, à fotografia. O livro da Idade Moderna no Ocidente resultou de duas revoluções: uma que surgiu no início da era cristã com aintrodução de um novo tipo de livro - cadernos ou codex, que substituiu o rolo ou o volumen; e a de meados do séculoXV com o desenvolvimento das técnicas de impressão em Mogúncia (Mainz), onde Gutenberg produziu as primeiras peças entre 1452 e 1453.”
Imprensa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-11-29].
Disponível na www: <URL:
http://www.infopedia.pt/$imprensa>.

Cada vez mais distante dos instrumentos primários de Gutenberg, digitalizada e informatizada, abreviada (e, por vezes, bem maltratada) a escrita voltou a assumir a primazia cultural na nossa sociedade.
Com criação e vertiginosa proliferação das sobejamente conhecidas redes sociais, todos somos escritores, comentadores, “opinadores”, pseudo-jornalistas, ciberdeputados numa total liberdade, sem crivos e sem Entidades Reguladoras…podemos assim afirmar que nos encontramos num verdadeiro Estado de liberdade de expressão e de informação, prevista pela atual Constituição da República Portuguesa (disposta no artigo 37º, nomeadamente).
É certo que (tal como afirma Assunção Esteves) "a democracia comporta necessariamente algum ruído”. No entanto, impõe-se a questão: como impedir que um ruído-ambiente agradavelmente democrático se torne numa anarquia barulhenta? Ou numa oligarquia estranhamente silenciosa…

Meios de Comunicação: Um Quarto poder?

Num estado democrático de tipo europeu, a sociedade é regida pelos 3 poderes já nossos conhecidos desde o 5º ano de escolaridade: legislativo, executivo e judicial.
O que talvez nunca tenhamos reparado (ou concebido como tal) é que os meios de comunicação social, vendo-se livres das amarras da Censura desde 25 de Abril de 1974, assumem cada vez mais a dianteira na crítica à ação de políticos e de outros membros sociais com visibilidade. São as novas praças públicas onde todos enforcam, todos são enforcados…e as suas influências são tão intensas que podem decidir as decisões nos 3 poderes políticos tradicionais.
No entanto, será admissível que tudo o que é dito e escrito, por ser dito e escrito no âmbito desta liberdade salvaguardada pela Constituição, não é um atentado a essa mesma liberdade de expressão e, por isso, uma agressão à própria Constituição? Podemos caluniar, maldizer e criticar qualquer cidadão, usufruindo do nosso direito à liberdade de expressão, sem ter em consideração os restantes direitos fundamentais de que os outros também devem usufruir?

Órgãos de Comunicação Social: O bastião da soberania popular ou o polícia corrupto?


Podemos então considerar que os principais detentores do poder da comunicação social, ou seja, os órgãos da comunicação social têm o dever de informar as populações sobre o que ocorre no país e no mundo, fazendo um certo policiamento dessas ocorrências (nomeadamente, os grandes acontecimentos políticos, aos quais hoje se dá grande enfoque), expondo-as para que cada cidadão as analise e sobre elas venha a ter uma opinião.
No entanto, nem tudo é um mar de rosas, e uma determinada informação pode, enquanto “produto final” que chega ao “mercado das ideias”, estar de tal forma manipulada e impregnada das ideologias e preferências daqueles que a trataram. E isto ocorre sobretudo porque grande parte dos órgãos de comunicação social estão subordinados e concentrados pelos grandes grupos económicos – agrupados em torno da mesma pessoa, da mesma corrente política, religiosa, ideológica dos mesmos interesses de bolso, os atuais órgãos de comunicação social são corruptíveis e produzem informações meramente verosímeis, e insuficientemente diversificadas para uma sociedade que se quer democrática e livre, no sentido lato.
Quis custodiet ipsos custodes? – Quem guardará os guardas?

Quem nos ajudará a discernir a informação verídica da manipulada?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Pensamento - nada 50: Café curto

Cafeína 
Julgo ser
O que me faz 
Querer correr.
Ferver o corpo.
E a mente expande-se
Toca o Impossível.

Despe-me...
Abraça-me...
Refresca-me...

Bebe de mim. 
Ama-me,
Desenfreadamente,
Apaixonadamente.
Deixa-me beijar-te.
Descer pelo teu corpo.

Quero provar-te,
Provocar-te
Endoidecer-te.
Quero ver que 
O Desejo te inflama
Tanto quanto a mim.

E ouvir-te suspirar,
E ouvir-te gemer,
E ver nos teus olhos,
O amanhecer 
Do prazer.

Entrelaça-te em mim,
Somos um só ser.
Acompanha-me
No momento supremo.
És magnífica!

Nossas mãos unem-se,
Com elas fundem-se
Nossas almas imortais.
(Sim! Somos imortais).

Descanso 
Sobre a almofada
Desejando que fosse 
O teu peito.
Não estás aqui.
Estou sozinha
E cansada.
Não passa tudo
Do efeito
De um café curto?

Pensamento - nada 49: NUA

NUA

Perante ti 

Me dispo de tudo.
Sem máscaras.
Sem adereços.
Nua.

Dilacera-se 
A minha carne.
E de músculos,
E de ossos inúteis
Também me dispo.

Quero que 
Reste apenas
O pensamento
O espírito,
O centro.

O que desejo 
É mostrar-te
O mais Profundo
De mim.

E aqui está,
Aqui me tens
Como ninguém viu.

Vais tomar-me 
Nos teus braços,
No mais profundo 
Dos abraços?

Pensamento - nada 48: Religião Monoteísta

Será que te lembras disto? Olha o que deitaste fora.

RELIGIÃO MONOTEÍSTA

Camões, Shakespeare,
Steinbeck, Esquível,
E os mais que queiras denominar,
Nenhum talento será capaz de narrar,
Uma história de amor como a nossa.

Amores há. E muitos.
Amores quentes, Amores frios,
Sortudos e tardios.
Mas nenhum como o nosso.
Um amor que nasce 
Entre Deusa e idólatra,
Serva e senhora,
Imperatriz e plebeia.

A minha religião é monoteísta.
És o único ser que desejo adorar.
Estou disposta a prestar qualquer tributo...
Deixas-me entrar no teu templo?

O meu coração pertence-te
(a ti, e só a ti)
Sê avarenta, não o partilhes.
Nem deixes que te fuja.
Assim, sossego o meu peito sem batimento:
Sei que ao menos 
Um pedaço de mim 
Está junto a ti, 
Nesse elevado Olimpo 
Que é a tua Morada.

Deixemos 
Que o Tempo Leão
Ruja
A seu tempo
(Porque até o Tempo Precisa de tempo).
E quando chegar o tempo
De junto a ti
Para sempre
Ficar.
Devolve o meu coração
Ao meu peito
Porque, então, chegou
O Tempo de eu de ti cuidar.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Pensamento - nada 47: The Wave (A Onda)

“Baseado numa história real o filme "A Onda" mostra como é possível a criação de doutrinas ideológicas numa sala de aula, não só no passado, mas atualmente.
O filme que foi adaptado do ensaio The Third Wave (A Terceira Onda), do professor de História Ron Jones, no qual relata a sua experiência numa escola da Califórnia (EUA), em 1967, na tentativa de explicar na prática como Hitler e o Partido Nazi chegaram ao poder na Alemanha.”
 Retirado de:
 http://www.nomundoenoslivros.com/2010/08/filme-onda.html (adaptado)


“Hoje a gente não tem contra o que se revoltar. O que precisamos é de um objetivo comum para unir a geração.”


Num período da História nacional (e não só) em que passamos 90% do tempo focados no que passa pela nossa carteira (ou seja, no que entra...mas sobretudo, no que sai!), é sempre refrescante quando nos fazem pensar, precisamente, no que pensamos, como pensamos, e sobretudo nas forças externas que nos pressionam, ou, pelo menos, nos direcionam para pensamentos especificamente formatados. Neste aspeto, o filme The Wave, é um clímax cultural.
Os regimes totalitários sempre me fascinaram, não pela ideologia política que está no seu cerne, mas pela forma como essa mesma ideologia se alastra e contamina uma sociedade inteira e, mais profundo do que isto!, cada ser humano na sua individualidade!
É fácil sentirmo-nos sozinhos num Mundo como o que temos. A ideologia totalitarista assume um papel unificador dos indivíduos dispersos, proporcionando-lhes um objetivo comum: organizar uma determinada comunidade de acordo com a ideologia vigente.
Num só pensamento, numa só ação, agora sem liberdades ou modos de rebelião, massa amorfa que a comunidade agora se tornou, irá consagrar a sua vida à veneração de uma só pessoa, que, como que envolta numa aura dourada e divina, se assume mais esclarecido, mais iluminado, capaz de liderar os seus súbditos na defesa da Causa.
É fácil sentirmo-nos sozinhos num Mundo como o que temos…

Fiquemos alerta.

You think a dictatorship isn't possible today?

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pensamento - nada 46: Tarada à Porta Fechada

És bad girl. E fruto proibido. Isso é mais do que certo.
És do tipo de miúda que me atrai, que mexe comigo de uma maneira inexplicável…e do qual eu me deveria manter afastada. Mas não consigo…és demasiado cativante.
Eu sou do outro tipo de miúda: certa, cumpridora, não faço nada de perigoso, de proibido.
Mas, inesperadamente, tu chegaste, balançaste-me, e eu deixei.
Dizes que não te resisto, e é a verdade; não resisto à sensação de perigo que me provocas a todo o momento. Ligas os meus alarmes, o meu batimento cardíaco acelera, a minha libido desperta. De repente, na minha mente, já não sou tão boa menina. De repente, já não é sem querer que me sinto trémula por ti.
Quero que sejas o meu segredinho sórdido, o meu caso sexual e quente, a exceção no meu código de bons costumes. Quero adotar-te como mau hábito…és pior que nicotina…quero embriagar-me em ti. Tu és o meu fetiche, a minha pequena fantasia erótica…
Despe-me, desprende-me dos meus embaraços, prende-me à cama, prende-me a ti!...
Quero ser a tua tarada, à porta fechada.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pensamento - nada 45: Perdão

Winnie:
Sinto-me absolutamente ridícula por te escrever esta carta porque o mais provável é que a ignores completamente…mas a verdade é que tu tens uma importância de tal maneira crucial na minha vida, que eu não consigo ignorar a amizade que tivemos, como se não tivesse acontecido.
Eu sei que neste momento tens alguém a teu lado, uma pessoa maravilhosa e perfeita para ti, que te dá tudo o que alguma vez pediste e precisas. E quero que tenhas consciência do meu profundo e sincero sentimento de felicidade por tu estares feliz.
Eu não fui sempre correta contigo. E ultimamente tenho cometido muitos erros, sim. Mas eu nunca te desrespeitei. Nunca tive intenções contra a tua liberdade. Nunca pretendi forçar-te a dares-me “explicações” sobre a tua vida, o que fazes ou deixas de fazer. Tu conheces-me. Se tivesse que apostar, diria que és a pessoa que melhor me conhece no Mundo. Sabes MUITO bem que eu seria incapaz de te fazer chantagem emocional, que eu nunca quereria fazer nada que te deixasse zangada, que me fizesse correr o risco de te perder.
Tu tens o direito de querer aproveitar essa felicidade que estás a experienciar (e outras que se avizinhem), e seguir o trilho da tua vida sem que eu esteja presente. Podes querer ignorar que algum dia ocupei um cantinho da tua vida e do teu coração. Deve ser fácil para ti…nunca tivemos juntas. Podes simplesmente fingir que não existiu. Mas apenas fingir, porque ambas sabemos porque a amizade que nos uniu foi real. Foi.
E por isso peço-te sinceramente que me perdoes e que me aceites de volta na tua vida. Só quero um cantinho da tua Amizade. Só quero saber que por aí está uma Ana que ainda gosta de mim, ainda se importa comigo, ainda gosta de falar comigo, nem que seja só de vez em quando. Só quero cuidar de ti. De forma diferente, platónica, respeitadora. Só quero poder continuar a chamar-te de AMIGA. Melhor Amiga. Tu és a minha Melhor Amiga, serás sempre a minha Melhor Amiga, eu partilhei mais contigo do que com qualquer outra pessoa. Não me abandones, por favor…eu preciso de ti. E só queria que precises de mim. Porque só com a tua amizade é que eu “não tenho medo que toda a lama deste mundo me toque sequer”.
Por favor, não me ignores, não me deixes sem resposta. E não me mandes embora.
Gosto de ti.
Maria