Separadores

sábado, 24 de agosto de 2013

Pensamento - nada 43: Arrumações de Verão

As típicas "arrumações de Verão" são relaxantes. Uma limpeza ao quarto, uma purga ao coração.
Arrumo livros e papéis, pensamentos e sentimentos.
Aproveito e separo o que quero doar, e com tudo isso vai a velha memória,  o pensamento já gasto,o sentimento já usado, reciclado e reaproveitado vezes sem conta.
E desejo um coração novo. Quero um amor novo.
Quero uma vida nova. Amigos novos. Quero novas memórias e reflexões.
Tudo que dure mais do que um ano, para não ter que deitar fora nas próximas arrumações de Verão.

Pensamento - nada 42: Livre arbítrio (?)

Com o avançar do tempo, percebo que as nossas possibilidades são extraordinariamente limitadas.
Cada escolha, decisão e acção é influenciada por condicionantes biológicas, psicológicas, socio-culturais.
O corpo que possuímos, o estado da nossa saúde, a nossa inteligência, os nossos interesses, gostos e desejos. As exigências da comunidade em que estamos inseridos, os padrões culturais, o espaço geográfico e a época em que nascemos. Todos estes factores condicionam e limitam o que podemos escolher e realizar.
Impõe-se, portanto, a questão: que espécie de livre arbítrio temos nós?

Pensamento - nada 41: Perspectiva de uma bissexual

"Chamo-me Filomena.
Caracterizo-me por uma dualidade sexual, isto é, tenho a capacidade de estar em contacto com o lado masculino e com o lado feminino do meu ser, o que, enquanto bissexual, me é vantajoso, pois consigo seduzir pessoas de ambos os sexos muito mais facilmente.

O Homem é um ser majestoso, imponente e transmite um natural confiança, o que considero particularmente agradável. No entanto, a sua mente é um engenho demasiado simples: a sua carne é fraca e ele acaba por ceder. O meu jogo acaba mais cedo do que gostaria.
A Mulher é completamente diferente: é linda, delicada, sensual, inteligente. Superior. Anos de opressão e submissão ao Homem tornaram-na discreta, subtil, manipuladora e, portanto, fascinante.
Enquanto que para o Homem, chega ter a chamada "beleza fácil", a Mulher já pede mais habilidade: precisamos de uma boa linguagem corporal, uma sinceridade evidente, estar confortáveis com o contacto visual directo. E dar-lhes carinho na medida certa.

Só não nos podemos esquecer que tudo isto é um jogo; o gato caça o rato; não se apaixona por ele."



Nota: Filomena é uma personagem fictícia de criação minha...o que não quer dizer que a perspectiva descrita acima também seja minha! Ou que queira faltar ao respeito ao género masculino.

Pensamento - nada 40: Optimismo

Deitada na minha cama, envolvida pela suavidade dos lençóis, num quarto iluminado por um crepúsculo estival, experiencio um contentamento simples e puro. E compreendo: a vida é feita de momentos simples e felizes, como este.
Estou feliz, sem motivo.

Pensamento - nada 39: Deusa e Princesa

Em criança, não fugi às tendências da maioria: brincava com bonecas e gostava de histórias de príncipes e de princesas: a donzela em apuros, o cavalheiro másculo e gentil, o desenlace feliz...o cliché já conhecido.
Como todas as meninas, comecei a sonhar com o meu "cavaleiro andante, louco e triunfante, como um salteadooooooor!". Não questionava os dogmas sociais que esses sonhos traduziam, nunca me apercebi que as Barbie eram demasiado belas ou que os Ken não correspondiam muito bem à anatomia masculina. E, sobretudo, não questionava o meu papel na sociedade...ou a minha sexualidade!
Até que...descobri as outras princesas. Os seus sorrisos. A sua anatomia. E outros caminhos para alcançar o "felizes para sempre".
Agora, descubro a Princesa, a Rainha, a Deusa, que me faz Feliz.
Que fique claro: não sou menos Princesa por gostar de uma Princesa, ou porque lhe escrevo poemas, ou porque estou disposta a levá-la ao colo para o nosso Castelo. E fá-lo-ei com o glamour digno de uma Princesa!

Vivemos, Princesa e Deusa.
Que seja eterno enquanto dure!

Pensamento - nada 38: Futuro

Temo o Futuro Incerto.
Este meu Medo assemelha-se ao pedaço de oceano que, neste momento, está perante mim: imenso, incomensurável, que recua e avança para mim, tão incerto quanto a sua natureza.



Então resolvo dissecar o Medo, reduzir o nefasto esqueleto à sua coluna vertebral, eliminando os supérfluos perónios, rádios e mandíbulas. Descubro que, agora desmembrado, o Medo não passa de um cadáver putrefacto nas águas imundas. E a CORAGEM cresce em mim.

Que venha o Futuro, com todas as suas Incertezas!