Separadores

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pensamento - nada 23: Pedaços de leitura, Pedaços de mim (Mãos)

As mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967


Está nas tuas mãos o teu destino; molda-o à tua medida. Dá-lhe a forma que pretendes. Não permitas que o esculpam por ti. 
Não te esqueças que a vida é tua: tens de ser o teu artista, e não somente observador de um destino determinado por outrem.

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