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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pensamento - nada 17: A Humildade


"As pessoas humildes realçam e valorizam as pequenas grandes conquistas do dia-a-dia em sua essência. Tratam as outras pessoas como seres dignos de respeito, pois possuem a capacidade de se colocarem no lugar do outro (…) E você, como se comporta perante o sofrimento de quem ama e das pessoas que sequer conhece? Como trata as pessoas que estão à sua volta? Como valiosos presentes em sua vida ou como se estivessem sempre atrapalhando? Como enfrenta as dificuldades que surgem em seu caminho? (…) Com humildade, serenidade, confiando em sua capacidade de superar e aprendendo com cada uma dessas pessoas ou julgando-as e condenando-as? Por que, por vezes, se torna tão complicado ser flexível diante de alguns acontecimentos? Por que tendemos agir por impulsividade, sem pensar e sem analisarmos as próprias atitudes, como se só o outro fosse errado? Por sermos superiores? Sermos o certo? Quem nos garante que agimos da melhor maneira? (…) Afinal, ninguém é superior a ninguém, apenas podemos, sim, estar em momentos ou estágios diferentes, apenas isso."
Texto “Por onde anda sua humildade?” de Rosemeire Zago



A humildade não é uma simples característica de uma personalidade como a teimosia ou a simpatia; a humildade é, na realidade, a personalidade em si: ela é a terra de onde brotarão todas as outras características.
Se és humilde, és humilde: antes de seres inteligente, és humilde; antes de seres benevolente, és humilde; antes de seres carismático, és humilde. E és inteligente sendo humilde, e és benevolente, sendo humilde, e és carismático, sendo humilde. Nunca ninguém poderá encontrar nenhum fragmento do teu ser, nenhuma das tuas facetas, nenhuma das máscaras que, naturalmente, és obrigado a colocar, que não contenha resquícios dessa humildade; nunca, durante toda a tua vida, poderás ter uma atitude sem a tua humildade. A humildade que, quando presente, é de tal forma intrínseca e omnipresente que tu não podes ser sem ela.
No entanto, a humildade é também fantasmagórica, uma presença  leve e fresca: aquele que é verdadeiramente humilde é-o sem o saber. Portanto, se és humilde, tendo consciência de que és humilde, dizendo orgulhosamente que és humilde, aviso-te que, de facto, não és: na melhor das hipóteses, és um egocêntrico com alguma consciência de que esse teu egocentrismo é socialmente repreensível ( a VERDADEIRA humildade faz-te bom, mas não te faz sentir melhor do que os outros) – o orgulho é o antónimo da humildade; não podes ser orgulhoso da tua humildade, porque no coração dos humildes não há lugar a paradoxos.
Em suma: a humildade é condição de nascimento, és humilde antes de conheceres a palavra ou o seu significado. E se és humilde, entendes que essa grandiosa palavra não pode ser banalizada.

(E, por favor, poupa-te a comentários: infelizmente, não sou humilde. Tal como tu, e como 90% do mundo, estou demasiado concentrada no meu “eu”.)

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