Separadores

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pensamento - nada 37: Carta a Rapunzel

21 de Junho de 2013

“(…) You've built your wall so high
That no one could climb it (…)”

Rapunzel:
A Física Quântica julga ter provado que estamos todos ligados por uma infinidade de partículas. Logo os religiosos se apressaram a interpretar esta descoberta como a prova científica de Deus.                                                                  
Como panteísta auto – didata que sou, acredito nessa ligação, sim, e que a sua força é diferenciada, mediante as características individuais e as relações socio-afetivas estabelecidas (uma pessoa realmente fria, ou muito alienada, como um autista, por exemplo, nunca poderá estabelecer ligações muito fortes; a relação de vinculação estabelecida entre qualquer indivíduo e o seu agente maternante é mais forte de todas).                       Assim, isto aplica-se também aos amantes (ou seja, aqueles que amam, nada está, necessariamente, relacionado com relações sexuais). É desta forma que procuro explicar o que se passa comigo; é que quando amo, eu sei. Não há outra forma de o dizer: simplesmente sei. Sei quando a pessoa me mente, sei quando a pessoa me trai, sei quando está feliz ou triste. E foi isso que ocorreu comigo em relação a ti: sei antes de saber, conheço-te antes de te conhecer.                              
Não é por mal, e tu não mostraste nada, eu é que escalei as tuas montanhas e derrubei os teus muros. E até estaria tudo bem, se não to tivesse mostrado. Peço mesmo desculpa, apenas pensei que não querias estar sozinha entre as tuas quatro paredes…fui estúpida, porque se as criaste, por algum motivo foi, não é? Sinceramente, magoou-me que denominasses por “sinal de fraqueza” aquilo que eu entendo por criação de laços de intimidade. Porque, por esse prisma, eu não tenho feito outra coisa que demonstrado “sinais de fraqueza” nos últimos quatro anos.               
Mas não te preocupes, Rapunzel. És forte, a Sociedade não te viu, só eu. E és forte, muito forte, sim. Tiveste que o ser, para carregares essas pedras, construíres essa torre, não foi? Recolhe os cabelos. O Dragão está vivo, e aqui o Príncipe vai-se. Não te volto a vir buscar, a não ser que mudes de ideias.             
Mas por favor, não te esqueças: forte não é só o que constrói a torre e a defende; é também aquele que tem coragem para deixar entrar o Amor. Não subestimes esse tipo de força.  
Maria Luís J. Martins

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