Sou uma mulher. Amo uma mulher. Fará isso menos mulher de
mim?
O que é uma mulher? O que faz de uma mulher, uma mulher?
Sou mulher. Pelo menos, sinto-me mulher. Tenho seios,
ovários e útero – dentro de mim há um pequeno mundo que se rege por um tempo e
estações próprias. Tenho o poder de gerar um filho (é certo que não sem a “partícula
masculina”) e sem milhares de milhões de mulheres como eu, a Humanidade não
teria sido mais do que um sonho tolo do Criador, efémero e imperfeito projeto.
E a minha essência, isto é, aquilo que está para além de
órgãos, tecidos, sangue que corre? Será que tal existe? Me define? Será que eu
a fiz existir, a defini?
O mais óbvio, o mais fácil, será dizer que somos
prisioneiros de um corpo que não nos pertence e com o qual somos obrigados a
conviver.
Um corpo, agora modificável pelos bisturi, pelas tesouras,
pelos químicos.
Se essa essência existe, temos todos o direito modificar o
nosso corpo para que este corresponda ao que somos!
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