“Desde que o Homem inventou a escrita surgiu a necessidade de a reproduzir para transmitir ou guardar. O insuficientenúmero de cópias feitas à mão gerou ao longo de séculos a procura de uma invenção que satisfizesse essa necessidade. O progresso conseguido pelo aparecimento da Imprensa de caracteres móveis no século XV permitiu a fixação e adivulgação do saber humano, utilizando processos cada vez mais sofisticados, aliados, por exemplo, à fotografia. O livro da Idade Moderna no Ocidente resultou de duas revoluções: uma que surgiu no início da era cristã com aintrodução de um novo tipo de livro - cadernos ou codex, que substituiu o rolo ou o volumen; e a de meados do séculoXV com o desenvolvimento das técnicas de impressão em Mogúncia (Mainz), onde Gutenberg produziu as primeiras peças entre 1452 e 1453.”
Imprensa.
In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013. [Consult. 2013-11-29].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$imprensa>.
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$imprensa>.
Cada vez mais distante dos instrumentos primários de
Gutenberg, digitalizada e informatizada, abreviada (e, por vezes, bem
maltratada) a escrita voltou a assumir a primazia cultural na nossa sociedade.
Com criação e vertiginosa proliferação das
sobejamente conhecidas redes sociais, todos somos escritores, comentadores,
“opinadores”, pseudo-jornalistas, ciberdeputados numa total liberdade, sem
crivos e sem Entidades Reguladoras…podemos assim afirmar que nos encontramos
num verdadeiro Estado de liberdade de expressão e de informação, prevista pela
atual Constituição da República Portuguesa (disposta no artigo 37º,
nomeadamente).
É certo que (tal como afirma Assunção Esteves) "a democracia comporta necessariamente algum ruído”.
No entanto, impõe-se a questão: como impedir que um ruído-ambiente
agradavelmente democrático se torne numa anarquia barulhenta? Ou numa oligarquia
estranhamente silenciosa…
Meios de Comunicação: Um Quarto poder?
Num estado democrático de tipo
europeu, a sociedade é regida pelos 3 poderes já nossos conhecidos desde o 5º
ano de escolaridade: legislativo, executivo e judicial.
O que talvez nunca tenhamos
reparado (ou concebido como tal) é que os meios de comunicação social, vendo-se
livres das amarras da Censura desde 25 de Abril de 1974, assumem cada vez mais
a dianteira na crítica à ação de políticos e de outros membros sociais com
visibilidade. São as novas praças públicas onde todos enforcam, todos são
enforcados…e as suas influências são tão intensas que podem decidir as decisões
nos 3 poderes políticos tradicionais.
No entanto, será admissível que
tudo o que é dito e escrito, por ser dito e escrito no âmbito desta liberdade
salvaguardada pela Constituição, não é um atentado a essa mesma liberdade de
expressão e, por isso, uma agressão à própria Constituição? Podemos caluniar,
maldizer e criticar qualquer cidadão, usufruindo do nosso direito à liberdade
de expressão, sem ter em consideração os restantes direitos fundamentais de que
os outros também devem usufruir?
Órgãos de Comunicação Social: O bastião da soberania popular ou o polícia corrupto?
Podemos então considerar que os
principais detentores do poder da comunicação social, ou seja, os órgãos da
comunicação social têm o dever de informar as populações sobre o que ocorre no
país e no mundo, fazendo um certo policiamento dessas ocorrências
(nomeadamente, os grandes acontecimentos políticos, aos quais hoje se dá grande
enfoque), expondo-as para que cada cidadão as analise e sobre elas venha a ter
uma opinião.
No entanto, nem tudo é um mar de
rosas, e uma determinada informação pode, enquanto “produto final” que chega ao
“mercado das ideias”, estar de tal forma manipulada e impregnada das ideologias
e preferências daqueles que a trataram. E isto ocorre sobretudo porque grande
parte dos órgãos de comunicação social estão subordinados e concentrados pelos
grandes grupos económicos – agrupados em torno da mesma pessoa, da mesma
corrente política, religiosa, ideológica dos mesmos interesses de bolso, os
atuais órgãos de comunicação social são corruptíveis e produzem informações
meramente verosímeis, e insuficientemente diversificadas para uma sociedade que
se quer democrática e livre, no sentido lato.
Quis custodiet ipsos custodes? – Quem guardará os guardas?
Quem nos ajudará a discernir a
informação verídica da manipulada?
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